quinta-feira, 21 de julho de 2011

Proposta de compra dos Terrenos da antiga Estamparia em Joane

O presidente da Junta de Freguesia de Joane propôs à Câmara Municipal de Famalicão que adquira os terrenos da antiga estamparia, orçados em 1,5 milhões de euros, para aí instalar futuros equipamentos públicos. A pretensão foi apresentada por Ivo Sá Machado no decorrer do discurso que proferiu na sessão solene do 25º aniversário de elevação de Joane a vila, realizada no passado dia 3 de Julho, tendo a proposta sido entregue no final dessa cerimónia ao vice-presidente da autarquia famalicense, Paulo Cunha, que participou nas celebrações.

Num discurso marcado por fortes críticas ao executivo camarário, Sá Machado acabou a sua intervenção a solicitar, precisamente,esse investimento municipal. "São bons terrenos, que constituem uma mais-valia no centro da vila e que podem constituir uma bolsa municipal", defendeu o autarca, considerando que os mesmos "podem hoje ser adquiridos por um preço bem inferior àquele que há 10 anos se anunciava", tendo em conta o desinteresse dos investidores motivado pela situação que o país atravessa.

Mas foram, sobretudo, os reparos à Câmara Municipal que dominaram o discurso do presidente da Junta. Começando por afirmar que, nestes 25 anos, "Joane teve um conjunto de equipamentos que a tornaram diferente das outras freguesias", Sá Machado passou depois para o rol de queixas, que tem vindo a proferir nos últimos tempos. Voltou a acusar a Câmara de discriminar Joane no que respeita aos protocolos celebrados com as Juntas de freguesia, voltou a lamentar a "falta de investimento" na vila por parte do poder municipal e tornou a defender maior autonomia financeira e administrativa para Joane, justificando com os impostos que os joanenses pagam ao município e que, segundo as suas contas, ronda 1,5 milhões de euros por ano. "Não faz sentido que uma localidade que tenha as mesmas características que nós temos, receba três vezes mais do que Joane. Isto não é critério", afirmou, para deixar o aviso: "podem dizer que é uma obsessão, mas eu nunca hei-de aceitar isto".

Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara Municipal, ouviu as críticas mas não pode responder na sessão porque tinha discursado antes. Contudo, questionado, no final, pelos jornalistas, o vereador desvalorizou as acusações, assegurando que a Câmara tem investido em Joane, "estando por isso o executivo de consciência tranquila". Quanto à compra dos terrenos da antiga estamparia, Paulo Cunha disse que a proposta será agora analisada pelo executivo, embora avise, desde já, que "num momento de escassez de meios, as decisões de investimento têm de ser bem ponderadas".

De resto, no seu discurso, Paulo Cunha fez questão de recordar o investimento realizado no Centro Escolar de Joane, que entrará em funcionamento este ano, classificando-o como um equipamento "de excelência não só no contexto do concelho, mas também da região". "Acho que as apostas que se fazem na Educação são decisivas para a construção de um futuro melhor", defendeu o vereador, que na passagem destes 25 anos de vila quis também deixar um elogio ao movimento associativo, afirmando que "em Joane existem associações brilhantes, que engrandecem e dignificam esta vila e as suas gentes".


Do programa das celebrações do passado dia 3 de Julho, destaque ainda para o lançamento da primeira pedra do Percurso Pedonal do Parque da Ribeira, um investimento da Junta que, numa primeira fase, rondará os 6 mil euros.

Baseado in "Repórter Local"

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